As bactérias do bem são necessárias para fortalecer o sistema imunológico e até o bom humor. Saiba como turbinar essas defesas naturais
Você provavelmente já ouviu falar da importância das bactérias boas – como é conhecida popularmente amicrobiota humana – para o funcionamento do organismo. Não é para menos. “Elas são essenciais para o fortalecimento do sistema imunológico, combatendo e impedindo a entrada de agentes prejudiciais à nossa saúde”, explica Nelson Libori, cirurgião do aparelho digestório do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo. E mais: estudos recentes atribuem a elas a capacidade de melhorar até mesmo o nosso humor. Descubra como turbinar essas defesas naturais, presentes principalmente no intestino e em toda extensão da pele. Quer uma dica? Tem tudo a ver com esta foto.
1. Fique de olho na alimentação
Não dá para falar de microbiota saudável sem dizer que você precisa redobrar os cuidados com a dieta. Além de deixar de lado os industrializados e pegar leve nos farináceos, consuma probióticos regularmente – alguns queijos, iogurtes, coalhadas e leites fermentados são ricos em lactobacilos e bifidobactérias. Eles transformam o intestino em um terreno fértil para micro-organismos camaradas e o ajudam a desempenhar melhor suas funções (absorver os nutrientes do que comemos, descartar o que é desnecessário ou prejudicial, auxiliar na produção de mensageiros químicos, como a serotonina, um dos neurotransmissores envolvidos nas sensações de prazer e bem-estar…). Reserve ainda um espaço de respeito no prato aos prebióticos, fibras de origem vegetal (como banana, tomate, cebola), que servem de alimento para os benfeitores que compõem a flora intestinal.
2. Respeite a hora das refeições
Essa verdadeira metrópole microscópica trabalha de acordo com seus hábitos alimentares. Funciona assim: se você sempre come entre 8h e 20h, seu organismo entende que esse é o horário em que ela deve estar a postos, esperando as primeiras garfadas para entrar em ação. Comer 22h ou 23h, nesse caso, pode prejudicar a digestão da refeição em questão e fazer você engordar. Então, evite jejuns prolongados e, para fechar o dia, uma saladinha ou um iogurte são uma boa pedida, pois os probióticos e prebióticos têm mais tempo para agir enquanto dormimos e todo o aparelho digestório está tranquilo, tranquilo.
3. Adote um animal de estimação
Ter um cachorro favorece a microbiota da pele, concluíram pesquisadores da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos. A teoria é de que esses pets abrigam uma série de bactérias que fortalecem e aumentam o repertório do nosso sistema imunológico, transferidas na hora do banho ou entre uma lambida e outra. Ainda não está claro se gatos oferecem os mesmos benefícios, mas outro estudo, publicado no Pediatrics Journal, afirma que crianças que crescem com felinos têm menos chances de ficarem doentes. Vale lembrar que, para isso, independentemente de qual bichinho seja a sua preferência, a saúde de todos os envolvidos precisa estar em dia.
4. Suje e lambuze
Outro jeito simples de ensinar o organismo a combater diferentes tipos de ameaças é estar exposta a elas. Caso não haja restrição médica e tomando os devidos cuidados, experimente jardinagem, trilhas, acampamentos, praticar esportes na terra ou na lama… Sua saúde agradece e a diversão e a queima de calorias são garantidas!
5. Abandone os radicalismos dermatológicos
Deu para perceber que sabonetes antissépticos podem não ser um bom negócio, certo? “De um modo geral, ao contrário do que muitos pensam, eles não são recomendados porque reduzem mais de 99% das bactérias presentes na superfície da pele, sem distinção, deixando o caminho livre para que micro-organismos patogênicos ocupem o lugar que antes era de corpos benéficos”, declara Claudio Wulkan, dermatologista, de São Paulo. Resultado? Infecções (impetigo, furúnculos ou carbúnculos) podem dar as caras. Com relação ao banho, um por dia é suficiente – sem bucha e quanto mais quente e demorado, pior.
6. Suplementação? Só se necessário
Se você seguir todas essas dicas, não será preciso partir para os suplementos probióticos, que podem ser encontrados em cápsulas ou em pó, mas existem situações em que eles valem a pena. Tratamentos com antibióticos que afetam a microbiota intestinal ou a preparação para uma cirurgia são algumas delas. Atletas, mesmo os amadores, também devem considerar esse tipo de produto como uma alternativa, já que o corpo pode precisar de uma mãozinha uma vez que grande parte de seus esforços está voltada para o rendimento físico, a recuperação dos músculos e a metabolização de substâncias que envolvem o desempenho e os resultados do treino. Orientação médica, sempre!
Revista Corpo a Corpo | Ed. 328